A tireoplastia é uma cirurgia realizada no esqueleto laríngeo (“caixa da voz”) através de pequenas incisões. Neste procedimento, as estruturas das cartilagens laríngeas são modificadas, com objetivo de melhorar a voz em determinadas situações, como distúrbios vocais.
“Realizar uma cirurgia para mudar a própria voz pode trazer uma série de benefícios para diversas pessoas. A tireoplastia é capaz de causar mudanças extremamente positivas na qualidade de vida e na autoestima dos pacientes.” – Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 11661 / RQE 7780).
Além de tratar complicações que afetam a prega vocal (paralisia de prega vocal), a tireoplastia também é realizada para ajudar pessoas que sofrem com o timbre (som) da sua voz.
É o caso de homens que possuem a voz muito aguda (fina) e querem deixar a voz mais grossa. Da mesma forma, mulheres com voz grave (grossa) ou transexuais, que passam pela transição de gênero, podem deixar a voz mais fina.
Em ambos os casos as pessoas buscam alcançar o timbre de voz que as ajude a se sentir mais confortáveis e felizes com elas mesmas.
Indicações cirúrgicas
A indicações da tireoplastia são relacionadas com as queixas e problemas que o paciente possui. Dessa forma, as tireoplastias foram divididas em 4 tipos:
Tireoplastia do tipo 1: destinado a medializar a prega vocal. É indicado para pacientes com paralisia nessa região ou em pacientes com a ausência da prega vocal devido a tratamento cirúrgico prévio.
Tireoplastia do tipo 2: menos usada, tem o objetivo de lateralizar a prega vocal. Sua principal indicação é para pacientes com disfonia espasmódica.
Tireoplastia do tipo 3: faz um relaxamento na frequência da voz para torná-la mais grave. O tipo 3 é realizado em homens que se sentem desconfortáveis com sua voz aguda.
Tireoplastia do tipo 4: nesta, são realizados pontos para esticar as pregas vocais e assim tornar a voz mais aguda. Pode ser realizada em mulheres com vozes graves ou transexuais que desejam uma voz mais aguda.
Como é feita a tireoplastia?
A Tireoplastia tipo 1 é uma cirurgia utilizada para medializar a prega vocal e melhorar o fechamento glótico. O procedimento é realizado sob sedação ou anestesia geral, levando cerca de 1 a 2 horas.
“Uma pequena incisão é realizada no pescoço para acesso à cartilagem e pregas vocais. Após expor a cartilagem da laringe, uma pequena janela é confeccionada ao nível da prega vocal e um pequeno implante de silicone é inserido para medializá-la (empurrar a prega vocal para a linha média). Isso melhora o fechamento da glote e levando a melhora da qualidade vocal.” – Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 11661 / RQE 7780).
Na tireoplastia tipo 3, realiza-se a retirada de um segmento da cartilagem laríngea, deixando as pregas vocais menos tensas e consequentemente deixando a voz mais grossa.
Já na tireoplastia tipo 4, são realizados pontos, esticando as pregas vocais e, consequentemente, deixando a voz mais aguda (fina).
Todas as tireoplastia são realizadas através de uma pequena incisão no pescoço, anteriormente. As tireoplastias dos tipos 3 e 4 são feitas com anestesia local, com leve sedação, porém com o paciente acordado.
O procedimento dura em torno de 1 hora e, ao longo dele, fazemos gradualmente as alterações para que o paciente se ouça e saiba o resultado que terá.
A tireoplastia pode ser realizada por qualquer pessoa que tenha indicação médica, possuindo poucas contraindicações.
Pós-operatório da tireoplastia
Durante o pós-operatório, os pacientes são orientados a manter repouso vocal. Deve-se evitar a realização de movimentos rápidos e amplos com o pescoço na primeira semana.
“A recuperação costuma ser muito tranquila em termos de dor e não há nenhuma limitação alimentar ou funcional.” – Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 11661 / RQE 7780).
Riscos da tireoplastia
No geral, complicações envolvendo a tireoplastia são raras. Não há risco do paciente perder a voz durante a cirurgia.
O paciente geralmente recebe alto no mesmo dia da cirurgia. O retorno ao médico é em torno do décimo dia de pós-operatório. Os pontos e curativo são retirados neste dia.
Benefícios da tireoplastia
Ter a liberdade para se expressar através do tom de voz que mais te representa é, sem dúvidas, um dos maiores benefícios trazidos pela tireoplastia.
O tratamento transcende o impacto físico, interferindo de forma positiva na saúde mental do paciente. Após a cirurgia, são presenciadas uma série de mudanças na vida das pessoas, como:
- Aumento da autoestima;
- Melhora na auto imagem;
- Maior interação social.
Custo da tireoplastia
Somente a tireoplastia tipo 1 é coberta pelos planos de saúde.
A tireoplastia dos tipos 3 e 4, por terem um caráter “estético”, não são cobertos pelos planos de saúde!
O custo da cirurgia varia de acordo com cada tipo e dificuldade do caso. No geral, a tireoplastia tende a custar em torno de 10 a 15 mil reais.
Cuide da sua saúde. Se necessitar de uma tireoplastia, procure um Médico Cirurgião de Cabeça e Pescoço. Os especialistas do NICAP estão a sua disposição.
Sobre o Autor
Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 11661 / RQE 7780), possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2004). Realizou especialização em em Cirurgia Geral pelo Hospital Regional de São José – Dr. Homero de Miranda Gomes (2008) e Cirurgia de Cabeça e Pescoço pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP – HC-USP em São Paulo (2010). É Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Atualmente é Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Hospital SOS Cardio, Hospital Universitário da UFSC entre outros. Atua desde 2009 na equipe do Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – NICAP.