Você sabe o que é a Oftalmopatia de Graves? Também conhecida como Orbitopatia de Graves ou Doença Ocular da Tireoide, trata-se de uma doença inflamatória e autoimune que atinge as estruturas da órbita, que ficam em contato com os olhos. 

A orbitopatia de Graves é associada à doença de Graves, que acomete a glândula tireoide e faz com que ela produza hormônios de forma exacerbada, gerando a condição de hipertireoidismo.

A médica oftalmologista, Dra Gherusa Milbratz More explica que nem todas as pessoas com hipertireoidismo vão desenvolver a doença ocular, e que pode acontecer associação com outras doenças autoimunes. 

A doença tem maior incidência em mulheres, mas se apresenta com maior gravidade em homens. Conforme dados da literatura médica, o problema atinge 18,9 a cada 100 mil indivíduos a cada ano, sendo que a proporção é 5,5 mulheres para um homem.

Sintomas

A Dra Gherusa relata que a característica mais marcante da orbitopatia de graves é o deslocamento do globo ocular para a frente, causando a exoftalmia, também chamada de proptose ocular – os olhos saltados. Além disso, é comum a retração palpebral, que faz os olhos ficarem arregalados. Em alguns casos pode ocorrer estrabismo e diplopia (que é a visão dupla), ressecamento ocular e lesões da superfície ocular.

É importante destacar que a enfermidade pode levar à perda visual de forma progressiva, por isso, é essencial o acompanhamento e tratamento oftalmológico para evitar a progressão da doença.

Tratamento

O tratamento, conforme destaca a Dra Gherusa, envolve duas especialidades médicas: a oftalmologia e a endocrinologia. O endocrinologista irá cuidar da parte sistêmica, definindo qual a melhor conduta para o controle hormonal e dos anticorpos da doença. O oftalmologista é responsável por determinar a presença e a gravidade da oftalmopatia de Graves, fazendo o controle da inflamação dos olhos e dos sintomas oculares apresentados pelo paciente. Pode ser necessário tratamento com colírios, com anti-inflamatórios e em alguns casos, com cirurgia.