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Hiperparatireoidismo: causas e tratamentos

jan 24, 2020 | Artigos, Cirurgias, Conteúdo para pacientes, Doenças

O Hiperparatireoidismo é uma doença provocada pelo excesso de produção de paratormônio – o hormônio responsável pela modulação das quantidades de cálcio, vitamina D e fósforo em nosso organismo. Essa regulação é especialmente importante para a saúde dos tecidos que mais precisam destes nutrientes, como os ossos, por exemplo.

“O paratormônio é produzido por pequenas glândulas localizadas próximas à glândula tireóide: as paratireóides. O hiperparatireoidismo é decorrente de distúrbios no funcionamento dessas glândulas. Em linhas gerais, pode ser classificado de duas formas: o hiperparatireoidismo primário e o hiperparatireoidismo secundário.˜ – Dra. Priscila Aparecida Martins Goulart, Médica Endocrinologista (CRM-SC 15663 / RQE 16520).

Abaixo, a Dra. Priscila Aparecida Martins Goulart, Médica Endocrinologista (CRM-SC 15663 / RQE 16520), explica os sintomas dessa doença. No texto, você também vai saber como é realizado o tratamento do Hiperparatireoidismo.

 Hiperparatireoidismo Primário

No hiperparatireoidismo primário, a causa do excesso de produção de paratormônio está localizada nas próprias glândulas, mais comumente em uma delas. Em decorrência, este trabalho acima do normal resulta em excesso de cálcio no sangue. Assim, acaba provocando um quadro conhecido como hipercalcemia.  

“O hiperparatiroidismo primário pode atingir pessoas de todos os sexos e idades. No entanto, é mais comum em mulheres, especialmente após os 50 anos de idade e na pós-menopausa. Geralmente, as causas estão relacionadas ao surgimento de tumores benignos (adenomas) nas glândulas paratireóides ou ao crescimento anormal das próprias glândulas (hiperplasia).” – Dra. Priscila Aparecida Martins Goulart, Médica Endocrinologista (CRM-SC 15663 / RQE 16520).

Em geral, por se tratarem de estruturas muito pequenas, dificilmente o paciente consegue perceber o crescimento de tumores ou das próprias paratireóides com o exame físico.

Hiperparatireoidismo Secundário

Por outro lado, o hiperparatireoidismo secundário é decorrente de doenças e condições que reduzem os níveis de cálcio no sangue. Assim, acabam levando, de forma secundária, a um excesso de produção de paratormônio pelas glândulas paratireoides, como:

Deficiência de vitamina D: 

A vitamina D está relacionada com a manutenção dos níveis de cálcio no sangue, ajudando na absorção deste mineral. Assim, com menos vitamina D, menos cálcio é absorvido e mais as glândulas paratireoides precisam trabalhar. Dessa forma, acabam provocando um excesso de concentração deste nutriente no sangue.

Doenças renais: 

A Vitamina D só pode ser metabolizada pelo organismo após ser convertida pelos rins. Por isso, doenças renais podem provocar queda dos níveis de cálcio no sangue, uma vez que prejudicam a metabolização de Vitamina D. Isso faz com que as glândulas paratireoides tenham que trabalhar mais, provocando excesso de concentração de cálcio no sangue.

Uso de medicamentos: 

Algumas substâncias podem prejudicar a absorção de cálcio, fazendo com que as glândulas paratireoides produzam paratormônio em excesso.

Sintomas de Hiperparatireoidismo

Tanto o hiperparatireoidismo primário quanto o secundário podem ser assintomáticos, ou seja, não apresentar sintomas. Muitas vezes, os pacientes descobrem o problema através de uma outra condição, como fraturas provocadas pela osteoporose. 

No entanto, quando se manifestam, os sintomas do hiperparatireoidismo costumam envolver:

  • Fadiga / Fraqueza;
  • Dor nos ossos e nas articulações;
  • Fraturas patológicas;
  • Cálculo renal;
  • Náuseas e vômitos;
  • Dores abdominais. 

Diagnóstico

Normalmente, o hiperparatireoidismo pode ser diagnosticado por um médico clínico geral. No entanto, é importante que o seu tratamento seja conduzido por um médico endocrinologista.

Em geral, o principal exame para diagnóstico do hiperparatireoidismo é o exame de sangue. O recurso permite verificar os níveis de cálcio, vitamina-D, fósforo e de paratormônio. Uma vez que exista a suspeita da doença, o médico também poderá solicitar:

  • Exames de urina: auxiliam na verificação do funcionamento dos rins.
  • Densitometria óssea: auxilia na medição da densidade de minerais nos ossos.
  • Exames de imagens: ultrassom cervical e cintilografia de paratireoides, para verificar anormalidades nessas glândulas.

Tratamento do Hiperparatireoidismo

O tratamento do hiperparatireoidismo depende da intensidade dos sintomas e da avaliação médica. Dependendo do caso, ele pode envolver:

Cirurgia: 

A cirurgia é o tratamento mais comum nos casos de hiperparatireoidismo primário. Ela consiste na retirada cirúrgica da glândula que está produzindo hormônio em excesso. Assim, esse tratamento geralmente promove a cura do paciente, uma vez que as glândulas não envolvidas tendem a suprir as necessidades do indivíduo. 

Normalmente, a cirurgia para hiperparatireoidismo costuma ser realizada com pequenas incisões e anestesia geral. Os Cirurgiões de Cabeça e Pescoço são os profissionais indicados para a realização deste procedimento. Geralmente, os pacientes voltam para casa no dia seguinte a cirurgia.

Medicações: 

Em alguns casos, o Hiperparatireoidismo pode ser controlado com o uso de medicamentos específicos. Esta terapia também é indicada para pacientes que não podem ser submetidos a cirurgia.
Cuide da sua saúde. Em caso de Hiperparatireoidismo, realize o acompanhamento periódico com seu endocrinologista. Caso necessário, realize o seu procedimento com uma equipe experiente e atualizada. O profissionais do Núcleo de Cirurgia de Cabeça e Pescoço podem lhe ajudar. Conte conosco!