A cirurgia tradicional para a remoção dos nódulos na tireóide é muito efetiva. Ela é recomendada inclusive em casos de tumores malignos (câncer). De acordo com a avaliação médica, esse procedimento pode envolver a retirada total da glândula (tireoidectomia) ou parcial (lobectomia). Em ambos os casos, a cirurgia é realizada com anestesia geral e costuma durar cerca de uma hora e meia.
“Apesar de corrigir o problema – especialmente nos casos mais graves – a cirurgia para remoção total ou parcial da tireóide deixa uma cicatriz no pescoço. Além disso, a tendência é que, após o procedimento, o paciente precise tomar hormônios tireoidianos pelo resto da vida, para compensar a falta da glândula” – Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 11661 / RQE 7780).
Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 11661 / RQE 7780)
Hoje, porém, já existe uma alternativa menos agressiva. Trata-se da ablação de nódulos na tireoide, um procedimento minimamente invasivo que não deixa marcas e poupa os pacientes do uso de hormônios.
Abaixo, o Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, (CRM 11661 / RQE 7780), cirurgião de cabeça e pescoço do Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (Nicap), responde as principais dúvidas sobre o novo procedimento de ablação de nódulos na tireóide.
Como é feita a ablação de nódulos na tireóide?
Dr. Gustavo: A ablação de nódulos na tireóide é feita através de uma agulha, com anestesia local, e sem a necessidade de cortes (sem cicatriz). Com o auxílio de equipamentos modernos de ultrassom, os médicos localizam o nódulo e todas as estruturas ao redor. Em seguida, inserem o instrumento no local preciso onde está o nódulo.
Diferente do que acontece na cirurgia tradicional, em que a glândula tireoide é retirada completamente ou em parte, na ablação de nódulos na tireoide os médicos provocam uma espécie de efeito térmico nas células indesejadas, desnaturando as mesmas. A agulha utilizada é ligada a um aparelho específico, que cria um campo de calor ao redor de sua ponta, matando as células que estiverem próximas.
Quando a ablação de nódulos na tireoide é indicada?
Dr. Gustavo: A ablação de nódulos na tireoide é indicada em casos benignos, em que os tumores provocam desconfortos estéticos e funcionais (como compressão da região cervical, dificuldades para comer e/ou respirar). Ela pode ser utilizada inclusive em casos de tumores benignos funcionais (que produzem hormônios). Esse é o exemplo da Doença de Plummer, em que os pacientes costumam apresentar hipertireodismo. A ablação pode corrigir esse problema e fazer com que o paciente deixe de tomar remédios.
Importante: A ablação de nódulos na tireoide não é indicada em casos de câncer.
Quais os resultados esperados?
Dr. Gustavo: A ablação reduz o tamanho dos nódulos em até 70%. Logo após o procedimento, as células que foram desnaturadas passam a ser absorvidas naturalmente pelo organismo do paciente. Esse efeito começa a ser percebido cerca de um mês depois do procedimento e continua acontecendo progressivamente durante um ano.
Além do impacto estético e de não deixar cicatriz, outro grande benefício da ablação de nódulos na tireoide é que os pacientes não precisam utilizar hormônios para o resto da vida. A ablação trata os nódulos sem prejudicar a função da glândula.
O paciente pode repetir o procedimento para diminuir ainda mais o nódulo?
Dr. Gustavo: Sim. Caso o paciente procure um resultado ainda maior, a ablação de nódulos na tireoide pode ser repetida quantas vezes for necessária, seja no mesmo nódulo ou em outros.
Sobre o Autor: Dr. Gustavo Philippi de Los Santos, Cirurgião de Cabeça e Pescoço (CRM 11661 / RQE 7780), possui graduação em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2004). Realizou especialização em em Cirurgia Geral pelo Hospital Regional de São José – Dr. Homero de Miranda Gomes (2008) e Cirurgia de Cabeça e Pescoço pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP – HC-USP em São Paulo (2010). É Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço. Atualmente é Cirurgião de Cabeça e Pescoço do Hospital SOS Cardio, Hospital Universitário da UFSC entre outros. Atua desde 2009 na equipe do Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço – NICAP.