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O Esvaziamento Cervical (Linfadenectomia Cervical) é um procedimento cirúrgico utilizado para prevenir e erradicar metástases nos linfonodos da região do pescoço. Tais metástases costumam ter origem em tumores malignos que acometem sítios mucosos do trato aéreo digestivo superior, em particular a cavidade oral, faringe e laringe, ou da Tireoide.

“No Esvaziamento Cervical, é feita a remoção em bloco dos grupos de linfonodos, vasos linfáti­cos e do tecido fibrogorduroso adjacente que compõem as principais vias de drena­gem da cabeça e do pescoço. O procedimento pode ser realizado na mesma cirurgia para remoção do câncer e combinado com técnicas de reconstrução microcirúrgica.” – Dr. Acklei Viana, Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CRM 11656 / RQE 11538).

Nesta cirurgia, o pescoço é dividido em 6 áreas laterais. O procedimento pode ser realizado de diferentes formas, a depender sempre da avaliação e indicação médica. Abaixo, nós falaremos das principais técnicas realizadas pela equipe do Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (NICAP).

Esvaziamento Cervical Radical 

Trata-se da forma mais antiga de realizar o procedimento. No Esvaziamento Cervical Radical, são retirados os linfonodos de 5 áreas laterais, juntamente com a sua gordura adjacente. Assim, todos os linfonodos laterais do pescoço são removidos.

Além dos linfonodos, no Esvaziamento Cervical Radical, o Músculo Esternocleidomastoideo, a Veia Jugular Interna e o Nervo Acessório (responsável pela inervação do músculo trapézio) também podem ser removidos. No entanto, esta conduta é adotada caso isso seja necessário, a fim de garantir que o tumor seja completamente eliminado.

Esvaziamento Cervical Radical Modificado 

Neste procedimento, são removidas as mesmas estruturas linfáticas do Esvaziamento Cervical Radical. No entanto, com a evolução da medicina e das técnicas cirúrgicas, percebeu-se que, dependendo do caso, é possível realizar o procedimento e garantir a segurança do paciente sem a remoção de uma das três estruturas envolvidas: Músculo Esternocleidomastoideo, Veia Jugular Interna e Nervo Acessório. 

Assim, criou-se a técnica de Esvaziamento Cervical Radical Modificada, em que estas estruturas podem ser preservadas. No entanto, o procedimento é indicado para casos selecionados, de acordo com avaliação médica.

Esvaziamento Cervical Seletivo

Diferente dos Esvaziamentos Cervicais Radicais, no Esvaziamento Cervical Seletivo nem todos os linfonodos laterais do pescoço são removidos – isso é feito em apenas alguns dos 6 níveis laterais dos pescoço. Dessa forma, além de preservar as estruturas citadas acima (Músculo Esternocleidomastoideo, Veia Jugular Interna e Nervo Acessório), menos área é manipulada. Assim, consequentemente, menos sequelas tendem a acontecer.

A realização do Esvaziamento Cervical Seletivo depende de diversos fatores. Entre eles, o tipo de tumor, a localização, a presença de metástases e a fase em que ele se encontra.

Esvaziamento Cervical Central

O Esvaziamento Cervical Central é utilizado para os casos de câncer na região da glândula tireóide. Nesta técnica, são removidos os linfonodos que ficam próximos ao nervo laríngeo.

Riscos

Nos Esvaziamentos Cervicais Radicais, Radicais Modificados e Seletivos, que removem os linfonodos das regiões laterais do pescoço,  as principais complicações estão relacionadas ao Nervo Acessório, localizado exatamente na região onde esses procedimentos são realizados.

O Nervo Acessório é responsável pela inervação do músculo trapézio, que auxilia na elevação dos ombros e dos braços. Por ser bastante manipulado durante as cirurgias e, em alguns casos, até mesmo ressecado, os pacientes podem sofrer com paralisia temporária ou definitiva do músculo trapézio após o Esvaziamento Cervical.

Com relação ao Esvaziamento Cervical Central, a manipulação do Nervo Laríngeo pode provocar paralisia das cordas vocais. Além disso, existe uma chance maior do paciente desenvolver Hipoparatireoidismo, devido a manipulação das glândulas Paratireoides, localizadas junto à Glândula Tireoide e que são responsáveis pelo metabolismo do Cálcio.

“Em alguns casos, dependendo do tamanho e da localização do tumor, pode ser necessário fazer o Esvaziamento Cervical sem que as metástases tenham sido efetivamente diagnosticadas. Isso acontece por conta dos riscos de metástases microscópicas em alguns tipos de câncer, como na língua e na boca.” – Dr. Acklei Viana, Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço (CRM 11656 / RQE 11538).

Pré e Pós-operatório

Pacientes que irão realizar a Linfadenectomia Cervical devem comparecer a todas as consultas pré-operatórias solicitadas pela equipe médica e realizar os exames necessários. Além disso, devem seguir os cuidados básicos abaixo:

• Não tomar AAS ou outro anticoagulante uma semana antes da cirurgia.
• Jejum de pelo menos 8 horas.

No pós-operatório, o tempo médio de internação é de 3 dias, nos casos sem intercorrências. Nesse período, todos os pacientes utilizam o dreno para remoção de fluídos. Além disso, sintomas como náuseas, vômitos e dor podem acontecer. No entanto, a equipe médica está preparada para prevenir e combater tais desconfortos com medicamentos específicos.  

Geralmente, o retorno ao consultório para reavaliação pós-operatória ocorre entre 7 e 15 dias. Nesta consulta, os pontos e o curativo são retirados. 

A principal restrição no pós-operatório do Esvaziamento Cervical  é quanto ao esforço físico. Assim. deve-se evitar esforços físicos intensos por, pelo menos, 4 semanas, a depender sempre da avaliação médica.

Geralmente, o aspecto final da cicatriz deixada pela cirurgia geralmente é muito bom. As cicatrizes seguem as pregas cutâneas naturais e variam entre 10 a 20 cm. Porém, é importante ressaltar que a exposição solar diretamente sobre a cicatriz deve ser evitada por um período de 6 a 12 meses após a cirurgia.

A sua saúde vem em primeiro lugar! Os profissionais do Núcleo Integrado de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (NICAP) são especialistas em Esvaziamento Cervical e podem lhe ajudar a ter uma vida mais saudável. Conte conosco!