Neste post, os médicos do Núcleo Integrado de Cabeça e Pescoço (NICAP), respondem algumas das principais dúvidas de pacientes sobre os problemas na tireoide. Abaixo, você entenderá os riscos dos nódulos e do câncer na região. Assuntos como a técnica cirúrgica e a recuperação do paciente também serão abordados. Boa leitura!
O que é a tireoide?
A tireóide é uma glândula muito importante. Ela é responsável pela liberação dos hormônios T3 e T4, que regulam o funcionamento de órgãos como o coração, o cérebro, os rins e o fígado. A tireoide está localizada abaixo do pomo de adão, na região anterior do pescoço.
Os nódulos na tireóide são comuns?
Sim, especialmente nas mulheres por conta de uma série de fatores hormonais e genéticos. Alguns estudos indicam que cerca de 40% das pessoas do sexo feminino desenvolvem nódulos na tireoide. Em 5% dos casos os nódulos são cancerosos.
Já os homens possuem até 3 vezes menos chances de desenvolver nódulos na tireoide. Mas, entre eles, a proporção de câncer é maior.
Quais os riscos de possuir um nódulo benigno na tireóide?
Os nódulos na tireoide, mesmo benignos, podem incomodar bastante. No geral, a tireoide tem um volume de aproximadamente 15cm³. Porém, há casos de glândulas com nódulos que chegam a ter mais de 500 cm³.
Além do desconforto estético, o crescimento exagerado pode provocar compressão das estruturas cervicais, dificultando inclusive a ingestão de alimentos sólidos.
Quais os sintomas de câncer de tireoide?
O principal sintoma tanto de nódulos benignos quanto de câncer de tireóide é a aparição de uma saliência indolor na região a glândula.
O exame de ultrassonografia é utilizado para confirmar a presença da estrutura. Entretanto, para saber se o nódulo é benigno ou canceroso, o paciente deverá ser submetido a uma biópsia. Trata-se de uma punção aspirativa feita com uma agulha para recolher material e encaminhá-lo para exames de laboratório.
Quais os riscos do câncer de tireóide?
Existem diversos tipos de câncer de tireoide, com diferentes níveis de agressividade. Dependendo do caso, se não for tratada, essa doença pode levar o paciente ao óbito.
Felizmente, a forma mais comum de câncer na tireóide é o papilífero, de menor risco que os tipos medular e anaplásico. No entanto, é importante lembrar que a avaliação dos riscos do câncer de tireoide deve ser feita individualmente, por um médico especialista em cabeça e pescoço.
Todo mundo pode ter câncer de tireoide?
Sim. As mutações genéticas espontâneas e de origem familiar são as principais causas de câncer na tireoide. Além disso, pessoas que são expostas constantemente à radiação, como aquelas que trabalham com equipamentos de Raio X ou que precisam passar por radioterapia, também estão mais suscetíveis.
Como é a cirurgia de tireoide?
Em casos de câncer ou de nódulos benignos que prejudiquem a qualidade de vida dos pacientes, o tratamento cirúrgico poderá ser indicado. De acordo com avaliação médica, a cirurgia de tireoide (tireoidectomia) pode ser total ou parcial (lobectomia).
Tradicionalmente, a cirurgia de tireoide é feita através de uma incisão no pescoço, por onde os médicos têm acesso à glândula e podem retirá-la. Dependendo do caso, os cirurgiões também fazem a extração dos linfonodos próximos à glândula, para evitar metástases. As retiradas total e parcial da tireóide são realizadas com anestesia geral e costumam durar cerca de uma hora e meia.
Quais são os riscos da cirurgia?
Apesar de não oferecer grandes riscos, a cirurgia de tireoide é realizada em uma região sensível, por onde passam estruturas importantes, como as artérias carótidas, os nervos das cordas vocais e outras glândulas.
A dissecção da tireóide deve ser feita de modo a preservar o nervo laríngeo recorrente, responsável pela fala, e as glândulas paratireoides, que regulam o metabolismo do cálcio. Por isso, escolher um médico especialista para realizar o tratamento é muito importante. Algumas das reações temporárias à cirurgia de tireóide são:
- Dores de garganta,
- Alterações na voz (rouquidão);
- Redução dos níveis de cálcio no sangue.
Existe algum alternativa menos invasiva?
Sim. As principais são a Radioablação da Tireoide e a Cirurgia Transoral.
Na Radioablação (utilizada para nódulos benignos), o médico utiliza uma agulha com radiofrequência delicada para cauterizar e destruir o nódulo. Além do tempo de internação menor (apenas 12 horas), a radioablação da tireoide não deixa cicatriz cervical e não altera a função hormonal da glândula.
Já na cirurgia transoral, os médicos realizam a retirada da tireoide através da parte interna do lábio do paciente. O procedimento é feito por vídeo, pode ser utilizado no câncer e também não deixa cicatrizes.
Como é a recuperação após a cirurgia de tireoide?
A recuperação costuma ser rápida. Na maior parte das vezes, os pacientes ficam no hospital por apenas 24 horas e voltam para as suas casas no dia seguinte.
Na primeira semana, é importante evitar atividades que exijam esforço físico intenso e grandes movimentos do pescoço (por conta de possíveis inchaços e sangramentos na região).
Na segunda semana, muitos pacientes retornam para as suas tarefas gradativamente. Atividades intensas precisam ser liberadas caso a caso pelo médico responsável, mas costumam ser autorizadas entre 15 a 30 dias após a cirurgia.
Este artigo foi escrito pelos médicos especialistas em Cabeça e Pescoço do NICAP – Núcleo Integrado de Cirurgia da Cabeça e do Pescoço.